Conheci a Amanda no ensino fundamental, lá pros meus 11 ou 12 anos. Eu era tímida e, por esse motivo, tinha um grupinho limitado de amigas. Só amigas. A Amanda não. Ela era amiga de todo mundo e todo mundo queria ser amigo dela.
Sempre linda, com aquela pele morena, aquele cabelo cor de mel cheio de cachos, aquele aparelho verde água nos dentes e com aqueles olhos castanhos escuros, tão profundos, a Amanda atraia todos os olhares, os elogios e as atenções por onde quer que ela fosse.
A maioria das meninas eram todas iguais, mas a Amanda era toda ela. Se alguém usasse um penteado diferente, era estranha. Se a Amanda usasse meia arrastão, todas estariam usando no outro dia. Ah Amanda, quem não queria ser você?
Eu era meio pálida, mas quando conheci a Amanda quis pegar mais sol pra ficar com o bronzeado lindo dela. Eu gostava muito de fazer chapinha, mas quando conheci a Amanda quis deixar meus cachos naturais iguais aos dela. Eu não tinha aparelho, mas fiz questão de implorar pra minha mãe me levar ao dentista porque eu queria ser popular e linda como a Amanda era. Os meus olhos são castanhos e escuros iguais aos da Amanda, mas nunca entendi porque os dela brilhavam mais que os meus.
Hoje eu entendo, Amanda. Ah, como entendo.
Entendo que não era o seu bronzeado, nem os seus cachos cor de mel, nem o seu aparelho verde água ou os seus olhos que brilhavam de um jeito tão encantador.
Você se amava, Amanda. Se amava tanto que todos te amavam também. Obrigada por me ensinar me amar, Amanda.
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amei demais
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